
A forma como nos vemos, tanto exteriormente quanto internamente, é crucial para lidar com experiências traumáticas. A construção dessa autoimagem interna, moldada desde a infância por experiências sensoriais e emocionais, desempenha um papel fundamental em nossa conexão com o corpo e com o mundo. Estudiosos como Lowen enfatizam a ligação entre essa autoimagem e a vitalidade, destacando que um corpo percebido como rígido ou debilitado reflete uma identidade limitada. Van der Kolk ilustra como o trauma pode fragmentar essa representação interna, afetando áreas do corpo de diferentes maneiras.
O desenho me trouxe uma compreensão de uma representação visual dessa fragmentação, caracterizada por formas arredondadas e quadradas, simbolizando a dissociação entre fluidez emocional e rigidez. Essa divisão reflete um corpo que ainda não se percebe como uma entidade integrada. Meu medo expresso ao relaxar evidencia uma autoimagem ligada a um estado de alerta, onde relaxar é visto como uma ameaça à sobrevivência. De fato, esse medo de descansar, me entregar ao descanso se apresenta à noite, principalmente após a maternidade, mas percebo agora analisando este panorama do mapa do corpo que bom, ligada à cena original, sim descansar é morrer.
Na prática clínica, compreender essa autoimagem é essencial, pois revela estratégias adotadas para lidar com traumas passados. Como ter insônia crônica, crises de ansiedade pra se proteger da cena ja vista e que não pode ser reificada. A abordagem terapêutica inclui a restauração da integridade do mapa corporal - o que esse corpo é? o que sente? como se percebe? A atualização da narrativa interna e a facilitação de vivências corporais que promovam integração e segurança.
Ao integrar teoria, metáforas visuais e experiências corporais, a terapia oferece a oportunidade de compreender o passado e se sentir pleno novamente, habitando plenamente o próprio corpo. Vamos explorar mais a fundo esses conceitos durante as sessões de psicoterapia tântrica?